Recordo uma ocasião em que o pelotão se desleixou no cumprimento de provas na “aldeia dos macacos”, um complexo de estruturas em corda destinado a vários exercícios de transposição e escalada. O pelotão sentira-se afectado por um acidente com um recruta de outro grupo; na descida das cordas, o mancebo já não apresentava forças para descer agarrado à corda, conforme as regras, e abraçou um largo pinheiro, escorregando tronco abaixo. Infelizmente não reparou num galho partido, um pau erecto e mui afiado, que lhe esgaçou os testículos, quase os arrancando pela raiz.
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O alferes Catarino quis mostrar-nos quem mandava ali; em tronco nu, mergulhámos no mato de tojos duros, meio amassados, coleccionando cambalhotas e feridas dolorosas até o nosso alferes se mostrar satisfeito.
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Por outra ocasião, e porque alguns de nós de braço ao peito no negávamos a executar um exercício de luta livre, incluindo eu próprio, o alferes quis provar-nos que poderíamos fazer bastante mais, mesmo diminuídos fisicamente, pois a vontade de um comando não conhece limites. Existia ao lado um montículo de areia, restos de umas obras nos edifícios em redor. Fomos obrigados a encher completamente as calças com areia. O aspecto era assustador, ao mesmo tempo cómico. As ligas apertadas das calças não deixavam que a areia se libertasse pelo fundo. Esta provocava nas pernas uma pressão dolorosa, um cansaço atroz, sobretudo em marcha. O riso dos outros afectava ainda mais a nossa triste impotência.
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